O mundo nas mãos do celular e do controle remoto |
O certo é que, para além das muitas facilidades, comodidades e velocidades nas práticas cotidianas de todos os individuos, a tecnologia apontou para um novo comportamento, uma marca da era digital, que teve inicio com o surgimento de uma tecnologia por nome controle remoto. Uma das mais belas e cômodas invenções, surgida em meados do século passado, mais precisamente em 1950, desenvolvia pela Zenith Radio Corporation. Este pequeno aparelho foi o primeiro passo para o sedentarismo, que de passo, não tinha nenhum.
A tecnologia digital, em outro importante marco, namorada fiel da era do consumo, trouxe outro aparelho ainda mais arrebatador e revolucionário, o celular, este, ora solução, ora vilão, um protagonista que mudou o curso das formas de agir e aos poucos, foi saindo de mera ferramenta de comunicação interpessoal para atingir a condição de objeto que substitui a fila no banco, a lan house, as câmeras de fotografia e filmagem, etc.
No celular, a mobilidade, a facilidade, as redes, a comunicação plena e um mergulho profundo no universo das mil amizades à distância, o desprezo involuntário ou não, por aquele ou aquilo que está próximo. De cabeças baixas, as pessoas seguem um novo caminho, o que comfirma também que há bens que vêm para males e neste caso podemos resumir este ser ensimesmado, alienado e perdulário praticante do absenteísmo.
A tecnologia digital, nesta analogia entre controle remoto e celular, trouxe enormes tranformações de comportamento, de um briga de casal oriunda dos flagrantes de relações extra conjugais a tragédias, a exemplo de uma adolescente, em caso recente que, ao banho, utilizava o celular enquanto este estava conectado à tomada para ser recarregado, e que acabou sofrendo uma descarga elétrica, vindo à óbito instantaneamente.
Além disso, as relações interpessoais se perderam para um cena cada vez mais corriqueira, quando, por exemplo, um grupo de pessoas conseguem marcar encontros e todas pemanecerem de cabeças baixas, conectadas à todos os recursos oferecidos pelos aparelhos celulares, menos interagir entre si, resultado do processo de dominação gerado pelo celular.
O celular, por sua vez, em sua composição química, cuja carcaça é produzida em plástico e a tela em cristal líquido, pode conter mercúrio, que afeta sistema nervoso central, podendo atingir todo o sistema cardiovascular e propiciar perda de coordenação dos movimentos. Mercúrio e plástico podem gerar problemas graves na natureza, contaminando solo e água e, em cadeia, causar contaminação de alimentos, animais e, consequentemente o ser humano.
Outro problema são as baterias Mas, talvez o maior problema dos celulares esteja na segunda parte. As baterias. Embora já exista uma tecnologia que propicie um material mais limpo, mesmo assim existem problemas, como o Níquel e Cadmio, ambos prejudiciais ao homem e à natureza.
É claro que as doenças às quais estão expostas os usuários dos aparelhos móveis estão ligadas a constância da utilização dos mesmos, considerando que existem aqueles que usam casualmente até os que dormem com o celular ao lado do travesseiro, além daqueles mais agudos, que simplesmente não dormem.
Por fim, palmas para serem acesas as luzes, controle para o portão eletrônico, porta de carro que abre e fecha automaticamente, entre outras comodidades, que caminham para a atrofia do corpo humano, em maior ou menor grau, conforme o consumo, e logo a tecnologia terá nova empreitada: retomar os passos do homem, para retira-lo da condição mecânica para se reencontrar com sua própria natureza, o pensamento, o movimento.
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